quarta-feira, 18 de abril de 2012

Só o Amor Transforma

Há muito tempo, na China Antiga, uma moça chinesa se casou e foi viver com o marido e a sogra.
Depois de alguns dias, passou a não se entender com a sogra. As personalidades delas eram muito diferentes e a jovem foi se irritando com os hábitos da mulher mais velha, que frequentemente a criticava.
Meses se passaram e as duas cada vez discutiam e brigavam mais. De acordo com a antiga tradição chinesa, a nora tinha que se curvar à sogra e obedecê-la em tudo.
Já não suportando mais a convivência, decidiu a jovem tomar uma atitude e foi visitar um velho sábio que conhecia o poder das ervas. Pediu-lhe uma erva para eliminar a sogra.
O velho ouviu todas as queixas da moça e, ao final, entregou-lhe um pacote de ervas, dizendo:
 - Você não poderá usá-las de uma só vez para se libertar de sua sogra, porque isso causaria suspeitas. Vou lhe dar várias ervas que irão lentamente envenenando-a. A cada dois dias, ponha um pouco destas ervas na comida dela. Agora, para ter certeza de que ninguém suspeitará de você quando ela morrer, tenha muito cuidado e aja com ela de forma amigável. Não discuta e trate-a o mais amorosamente possível. Siga minhas instruções e seu problema será resolvido.
Ela respondeu, agradecida:
 - Sim, eu farei tudo o que o que o senhor me pedir.
Muito contente, voltou apressada para casa para começar o projeto de assassinar a sua sogra.
Semanas se passaram e a cada dois dias, servia a comida "especialmente tratada" à sua sogra. Ela sempre lembrava do que o velho sábia havia recomendado sobre evitar suspeitas e assim,  controlou o seu temperamento, obedeceu à sogra e tratou-a como se fosse sua própria mãe.
Depois de seis meses, a casa inteira estava com outro astral. A nora tinha controlado o seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Nesses seis meses não tinha tido nenhuma discussão com a sogra, que agora parecia muito mais amável e mais fácil de lidar.
As atitudes da sogra também mudaram e elas passaram a se tratar como mãe e filha. Finalmente, a jovem foi novamente procurar o velho para pedir-lhe ajuda:
- Senhor, por favor me ajude a evitar que o veneno mate minha sogra! Ela se transformou numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei!
O velho sábio sorriu e acenou com a cabeça.
- Não precisa se preocupar. As ervas que eu dei eram vitaminas para melhorar a saúde dela. O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foi jogado fora e substituído pelo amor que você passou a dar-lhe.

Na China existe uma regra dourada que diz: "A pessoa que ama os outros também será amada." 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Falcão e a Águia

Bela sabedoria dos índios Sioux! 


Segundo uma velha lenda dos Sioux, Touro Bravo, um valente e honrado guerreiro, e Nuvem Azul, a filha do cacique, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho xamã da tribo.
Nós nos amamos e vamos nos casar – disse o jovem. – E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã - alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos; que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer ?
O xamã, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
-Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia e apenas com uma rede em tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte… e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva !
Os jovens abraçaram-se e logo partiram para cumprir a missão recomendada. No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.
O velho pediu que com cuidado as tirassem dos sacos… e viu que eram, verdadeiramente, belos animais.
- E agora o que faremos ? – perguntaram os jovens.
– Agora – disse o xamã – vocês devem amarrar as aves entre si pelas patas com essas fitas de couro. Depois de bem atadas, soltem-nas para que voem livres.
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas apenas conseguiram saltar pelo terreno até um tronco. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, voltaram-se contra si mesmas, bicando-se mutuamente até se machucarem.
O xamã disse:
– Soltem as aves e jamais esqueçam o que estão vendo, este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão … se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a provocar danos um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas nunca amarrados.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Amor e o Tempo

Era uma vez uma ilha, onde viviam todos os sentimentos e valores do homem: o Bom Humor, a Tristeza, a Sabedoria... o Amor.
Um dia anunciou-se aos sentimentos que a ilha iria submergir. Então todos prepararam seus barcos e partiram. Somente o Amor ficou esperando, até o último momento. Quando a ilha estava a ponto de afundar, o Amor decidiu pedir ajuda.
A Riqueza passou perto do Amor em um barco luxuosíssimo. O Amor perguntou:
– Riqueza, podes levar-me contigo?
– Não posso, perdoe-me. Minha barca está carregada de ouro e prata e não há mais lugar disponível...
Então o Amor decidiu pedir ao Orgulho, cuja barca era grande, magnífica:
– Orgulho, podes levar-me contigo?
– Não posso levar-te, Amor– respondeu o Orgulho – aqui tudo é perfeito e poderias arruinar minha barca.
Procurou o Amor ajuda à Tristeza, que estava se aproximando:
– Por favor, Tristeza, deixe-me ir contigo!
Ah, Amor, estou tão triste que necessito ficar sozinha, desculpe-me.
Em seguida, o Bom Humor passou em frente ao Amor; mas estava tão contente que nem sequer ouviu que o estavam chamando.
De repente, quando não esperava mais nenhuma ajuda, o Amor ouviu uma voz que disse:
– Vem, Amor, eu te levo comigo.
Era um velho quem o havia chamado.
O Amor se sentiu tão contente e cheio de alegria que se esqueceu de perguntar o nome do velho e, ao chegarem à terra firme, o velho se foi.
O Amor se deu conta do quanto lhe devia e perguntou ao Saber:
– Saber, podes dizer-me quem me ajudou?
– Foi  o Tempo – respondeu o Saber.
– O Tempo? Mas por que será que o Tempo me ajudou?
O Saber simplesmente respondeu:

– Porque só o Tempo é capaz de compreender o quanto o Amor é importante na vida.


Que você não espere muito tempo para assimilar esta grande verdade: O Amor é a pérola da vida. Se você a devolve ao mar, o tempo poderá ser muito longo até que consiga reencontrá-la.