Numa pequena aldeia ao sul do Japão, vivia um velho
sábio. Todas as manhãs ele costumava caminhar até a beira de um pequeno riacho,
e contemplava os pequeninos peixes que ali nadavam, alimentava-os com punhados
de arroz, conversava com eles... depois se sentava embaixo de uma pequena
árvore, e meditava o resto do dia...
Todos os dias, o velho sábio cuidava dos peixes, e já conhecia as aves que viviam por ali, as flores do campo que se abriam, e celebrava a vida com enorme beleza e simplicidade.
Um dia, ele viu escondido atrás de uma pedra, um jovem chorando. Muito delicadamente, sentou-se próximo do rapaz e esperou que ele se acalmasse. Muito triste, o rapaz soluçava, mergulhado em sua profunda dor...
O sábio decidiu ir até o rio e apanhar um pouco de água pura para o jovem beber. O rapaz agradeceu e, ainda com os olhos cheios de dor e lágrimas, bebeu a água, e se acalmou.
Percebendo a melhora do jovem, o velho sentou-se, imóvel, embaixo de uma árvore, como era seu costume, para meditar.
O rapaz aproximou-se e perguntou:
- Quem é você?
- Sou a vida! - respondeu o sábio.
- Qual o seu nome?
- Nenhum nome e todos os nomes!
- Como posso lhe chamar então?
- Como quiser!
- O que é isso que está fazendo aí embaixo dessa árvore? Dormindo?
- Estou acordando...
Daí, o rapaz decidiu contar seus males ao àquele homem que lhe pareceu tão sereno e seguro de si:
- Estou muito triste... meu irmão morreu hoje. Eu o amava muito... agora estou sozinho...
O homem sábio respondeu:
"A morte nunca existiu. Só a vida existe! Ninguém nunca está sozinho. A solidão não é real."
- Como pode, vi meu irmão morto.. todos choraram por ele ter morrido.. - respondeu o jovem, confuso.
O sábio sentenciou:
"Viram um corpo morto, mas aquele corpo não era seu irmão, aquele corpo era uma aparência que a vida experimentava por um tempo... aquilo que seu irmão é de verdade, você também é, eu e tudo o mais também é...Só a Vida é real. E a Vida é eterna!"
O jovem olhava o sábio sem compreender, mas algo em seu coração se acalmou, e ele sentiu uma imensa vontade de permanecer ali aos pés daquele homem.. e também experimentar aquela serenidade, aquela paz que o sábio sentia...
- Quer dizer que o corpo do meu irmão morreu, mas meu irmão não morreu?
"Sim. Porque também nunca nasceu. O corpo tem um tempo útil, surge no Oceano da Consciência e se dissolve ... mas seu irmão nunca foi o corpo, seu irmão estava vivendo na aparência daquele corpo, seu irmão é a Vida, assim como você...
Você vê este riacho? Você vê esta árvore, estas nuvens no céu, estes peixinhos, aqueles pássaros voando ao longe? Vida, vida acontecendo, vivendo, vida, vida, vida...
Tudo o que existe é a Vida. As formas que ela cria, são infinitas, duram um tempo e se desfazem, mas a Vida, jamais nasceu, jamais morre... só a Vida permanece... e 'você' é Ela..."
Conta-se que o jovem, a partir daquele dia, tornou-se discípulo do velho sábio, transformando-se, mais tarde ele próprio num grande sábio, e peregrinou levando luz e sabedoria por várias regiões do Japão..
Conto Zen (autor desconhecido)
Todos os dias, o velho sábio cuidava dos peixes, e já conhecia as aves que viviam por ali, as flores do campo que se abriam, e celebrava a vida com enorme beleza e simplicidade.
Um dia, ele viu escondido atrás de uma pedra, um jovem chorando. Muito delicadamente, sentou-se próximo do rapaz e esperou que ele se acalmasse. Muito triste, o rapaz soluçava, mergulhado em sua profunda dor...
O sábio decidiu ir até o rio e apanhar um pouco de água pura para o jovem beber. O rapaz agradeceu e, ainda com os olhos cheios de dor e lágrimas, bebeu a água, e se acalmou.
Percebendo a melhora do jovem, o velho sentou-se, imóvel, embaixo de uma árvore, como era seu costume, para meditar.
O rapaz aproximou-se e perguntou:
- Quem é você?
- Sou a vida! - respondeu o sábio.
- Qual o seu nome?
- Nenhum nome e todos os nomes!
- Como posso lhe chamar então?
- Como quiser!
- O que é isso que está fazendo aí embaixo dessa árvore? Dormindo?
- Estou acordando...
Daí, o rapaz decidiu contar seus males ao àquele homem que lhe pareceu tão sereno e seguro de si:
- Estou muito triste... meu irmão morreu hoje. Eu o amava muito... agora estou sozinho...
O homem sábio respondeu:
"A morte nunca existiu. Só a vida existe! Ninguém nunca está sozinho. A solidão não é real."
- Como pode, vi meu irmão morto.. todos choraram por ele ter morrido.. - respondeu o jovem, confuso.
O sábio sentenciou:
"Viram um corpo morto, mas aquele corpo não era seu irmão, aquele corpo era uma aparência que a vida experimentava por um tempo... aquilo que seu irmão é de verdade, você também é, eu e tudo o mais também é...Só a Vida é real. E a Vida é eterna!"
O jovem olhava o sábio sem compreender, mas algo em seu coração se acalmou, e ele sentiu uma imensa vontade de permanecer ali aos pés daquele homem.. e também experimentar aquela serenidade, aquela paz que o sábio sentia...
- Quer dizer que o corpo do meu irmão morreu, mas meu irmão não morreu?
"Sim. Porque também nunca nasceu. O corpo tem um tempo útil, surge no Oceano da Consciência e se dissolve ... mas seu irmão nunca foi o corpo, seu irmão estava vivendo na aparência daquele corpo, seu irmão é a Vida, assim como você...
Você vê este riacho? Você vê esta árvore, estas nuvens no céu, estes peixinhos, aqueles pássaros voando ao longe? Vida, vida acontecendo, vivendo, vida, vida, vida...
Tudo o que existe é a Vida. As formas que ela cria, são infinitas, duram um tempo e se desfazem, mas a Vida, jamais nasceu, jamais morre... só a Vida permanece... e 'você' é Ela..."
Conta-se que o jovem, a partir daquele dia, tornou-se discípulo do velho sábio, transformando-se, mais tarde ele próprio num grande sábio, e peregrinou levando luz e sabedoria por várias regiões do Japão..
Conto Zen (autor desconhecido)