Um
professor de Zen, após anos como orientador de um aluno particularmente
sensível e sábio, resolveu lhe dar um presente:
“Estou
ficando velho, em breve morrerei. Para simbolizar sua sucessão a mim como
mestre vou lhe dar este livro valiosíssimo.”
O
discípulo, entretanto, não estava interessado em livros:
“Não
é necessário, obrigado, mestre. Eu aceitei o seu ensinamento como o Zen que
prescinde a palavra escrita. Gosto de sua face original. Fique com seu precioso
livro.”
O
professor insistiu, e afirmou, orgulhoso:
“Este
livro atravessou sete gerações, é uma relíquia! Por favor, fique com ele como
um símbolo de sua aceitação do manto e da tigela!”
O
outro apenas disse:
“Está
bem, dê-me o livro.”
Ao
recebê-lo, o discípulo simplesmente atirou o livro no fogo próximo,
queimando-o. O
professor ficou chocado. Gritou para o aluno, indignado:
professor ficou chocado. Gritou para o aluno, indignado:
“Como
pôde fazer isso?! Era uma peça inestimável de conhecimento!”
Foi
a vez do sábio discípulo ficar indignado:
“Como
podes dar mais valor a papel e couro do que àquilo que me ensinastes
diretamente, de forma pura? Ensinar uma sabedoria que não se pode praticar é
como agir sem coração, e não ser nada mais do que um repetidor de textos
sagrados. Tu me deste um objeto, e eu usufrui dele como considerei adequado.
Como podes ficar indignado com um simples ‘dar e receber’?"
https://anovamente.wordpress.com/2017/08/17/conto-zen-dar-e-receber/
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