domingo, 10 de outubro de 2021

À Procura de Deus


Uma vez um jovem passou por Mim em uma estrada, com muita bagagem nas costas.

“O que você procura?”, perguntei.

“Procuro por Deus”, ele disse.

“Venha comigo, eu lhe mostro o caminho”, convidei.

Ele riu, pensando que eu era louco.

Dez anos mais tarde, eu o vi mais velho, passando pela mesma estrada. Ele tinha mais bagagem nas costas. Parecia mais velho e mais cansado do que antes.

“O que você procura?”, indaguei.

“Procuro por Deus”, ele respondeu.

“Venha comigo, Eu lhe mostro o caminho”, convidei de novo.

Ele riu ainda mais e me empurrou para o lado.

Quarenta anos mais tarde, eu o vi novamente, velho e muito grisalho. Sua vista estava embaçada e mal podia caminhar, com mais bagagem ainda.

Ele veio a Mim e perguntou: “Você sabe onde está Deus?”

Olhou dentro dos Meus olhos, e disse: “Agora eu sei quem você é, mas é muito tarde. Como posso fazer a jornada, quando meu corpo precisa de força?”

Eu sorri e lembrei a ele que eu sempre dou outra oportunidade.

“Há sempre um outro nascimento”, eu disse, “para você recomeçar a sua jornada”.

Por isso, não desperdice tempo com diversos nascimentos.

Em cada nascimento, em cada palco, você vai me encontrar esperando. Porque eu sempre escolhi um caminho para você muito antes.

Assim, deposite em mim a sua fé, segure na minha mão e caminhe comigo de volta ao lar.

Sathya Sai Baba - Sai Darshan

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

A Mentira e a Verdade

Certa vez, a Mentira e a Verdade se encontraram. A Mentira, dirigindo-se à Verdade, disse-lhe: “Bom dia, dona Verdade”!

Zelosa de seu caráter, a Verdade, ouvindo tal saudação, foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, sem nuvens de chuva. Os pássaros cantavam. Não havia cheiro de fumaça na mata. Tudo parecia perfeito. Tendo se assegurado de que realmente era um bom dia, respondeu:

“Bom dia, dona Mentira”!

“Está muito calor hoje não é mesmo”? - perguntou a dona Mentira.

Realmente estava quente demais. Desse modo, vendo que a Mentira estava sendo sincera, a Verdade começou a relaxar, a baixar a guarda. Por qual razão haveria de desconfiar, se a dona Mentira parecia tão cordial e “verdadeira”?

Diante do calor insuportável, a Mentira, em um gesto de amizade, convidou a Verdade para juntas banharem-se no rio. Como não havia mais ninguém por perto, despiu-se de suas vestes, pulou na água e insistiu: “Vem, dona Verdade, a água está uma delícia, simplesmente maravilhosa”!

O convite parecia irrecusável. Assim sendo, dona Verdade, sem duvidar da Mentira, despiu-se de suas vestes, pulou na água e deu um bom mergulho.

Ao ver que a Verdade havia saltado na água, rapidamente a Mentira saltou para fora, vestiu-se depressa com as vestes da Verdade – que estavam à margem – e foi embora, sorrateira.

Tendo suas roupas furtadas, a Verdade sai da água e, ciosa de sua reputação, recusou-se a vestir as roupas da Mentira, deixadas para trás.

Certa de sua pureza e inocência, nada tendo do que se envergonhar, não tendo opção, saiu nua pelo mundo.

É por isso que ainda hoje as pessoas preferem aceitar a mentira disfarçada de verdade, e não a verdade nua e crua.

(Autor desconhecido)

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Os Sons do Silêncio

Um rei mandou seu filho estudar no templo de um sábio mestre com o objetivo de prepará-lo para ser um grande líder. Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta. Ele deveria voltar um ano depois, e descrever todos os sons da floresta.

Quando o príncipe retornou ao templo, após um ano, o mestre lhe pediu para descrever todos os sons que conseguira ouvir. Então disse o príncipe: "Mestre, pude ouvir o canto dos pássaros, o barulho das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus..." E ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível.

 Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu a ordem do mestre, pensando: "Não entendo, eu já distingui todos os sons da floresta..."

Por dias e noites ficou sozinho ouvindo, ouvindo, ouvindo... mas não conseguia distinguir nada além daquilo que já havia relatado ao mestre. Porém, certa manhã, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. E, quanto mais prestava atenção, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. Pensou: - "Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse..." E sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter certeza de que estava no caminho certo.

Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir. Paciente e respeitosamente, o príncipe falou: "Mestre, quando prestei atenção pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol nascendo e aquecendo a terra e o da grama bebendo o orvalho da noite...

Sorrindo, o mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação, e disse: 

"Ouvir o inaudível é ter a calma necessária para se tornar uma pessoa importante. Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não confessados e suas queixas silenciosas, uma pessoa pode inspirar confiança ao seu redor; entender o que está errado e atender às reais necessidades de cada um”. E acrescentou: 

"A morte de uma relação começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem se atentarem no que vai no interior das pessoas para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais. É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois é o lado mais importante do ser humano..."

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

O Quarto Rei Mago

Há uma lenda de que nos ensina o que Deus espera de nós.

Dizem que houve um quarto Rei dos Magos, que também viu a estrela brilhar em Belém e decidiu segui-la. Como presente, pensou em oferecer ao Menino um baú cheio de pérolas preciosas. No entanto, em seu caminho, ele encontrou várias pessoas que estavam pedindo sua ajuda.

Este Rei Mago os assistiu com alegria e diligência, e ele deixou a cada um deles uma pérola.

Mas isso estava atrasando sua chegada e esvaziando seu baú. Ele encontrou muitos pobres, doentes, aprisionados e miseráveis, e não podia deixá-los sem supervisão. Ele ficou com eles pelo tempo necessário para aliviar a dor e depois partiu, sendo foi novamente interrompido por outro desamparado.

Aconteceu que quando finalmente chegou a Belém, os outros magos não estavam mais lá e o Menino fugira com seus pais para o Egito, porque o rei Herodes queria matá-lo. O Rei Mago continuou procurando-o sem a estrela que o guiara antes.

Ele procurou e procurou e procurou ... e dizem que ele passou mais de trinta anos viajando pela terra, procurando a Criança e ajudando os necessitados. Até que um dia chegou a Jerusalém justamente no momento em que a multidão enfurecida exigia a morte de um homem pobre.

Olhando-o, ele reconheceu algo familiar em seus olhos. Entre dor, sangue e sofrimento, pode ver em seus olhos o brilho daquela estrela. Aquele que estava sendo executado era a criança que ele havia procurado por tanto tempo.

A tristeza encheu seu coração, já velho e cansado pelo tempo. Embora ainda guardasse uma pérola na bolsa, era tarde demais para oferecê-la à criança que agora, transformada em homem, pendia de uma cruz. Ele havia falhado em sua missão. E sem mais para onde ir, ficou em Jerusalém para esperar a morte chegar.

Apenas três dias se passaram quando uma luz ainda mais brilhante do que mil estrelas encheu seu quarto. Foi o Ressuscitado que veio ao seu encontro! O Rei Mago, caindo de joelhos diante dEle, pegou a pérola que ficou e estendeu-a a Jesus, que a segurou e carinhosamente e disse:

"Você não falhou. Pelo contrário, você me encontrou por toda a sua vida. Eu estava nu e você me vestiu. Eu estava com fome e você me deu comida. Eu estava com sede e você me deu uma bebida. Eu fui preso e você me visitou. Bem, eu estava em todas as pessoas pobres que você assistiu no seu caminho. Muito obrigado por tantos presentes de amor! Agora você estará comigo para sempre, porque o Céu é a sua recompensa."

A história não requer explicação ... somos o quarto Mago e damos continuidade ao seu trabalho todas as vezes que ajudamos alguém ao longo dessa caminhada chamada Vida. Hoje termina o tempo litúrgico do Natal e desejo que as bênçãos do Mestre acompanhem a todos nós todos os dias deste ano.

Muita Paz e amor na sua vida!

Desconheço o autor