quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Origem do Pinheiro de Natal

Há muito, muito tempo, na noite de Natal, existiam três árvores junto do presépio: uma tamareira, uma oliveira e um pinheiro.

Ao verem o Menino Jesus nascer, as três árvores quiseram oferecer-lhe um presente. A oliveira foi a primeira a oferecer, dando ao Menino Jesus as suas azeitonas. A tamareira, logo a seguir, ofereceu-lhe as suas doces tâmaras. 

Mas o pinheiro, como não tinha nada para oferecer, ficou muito infeliz. 

As estrelas do céu, vendo a tristeza do pinheiro, que nada tinha para dar ao Menino Jesus, decidiram descer e pousar sobre os seus galhos, iluminando e enfeitando o pinheiro. 

Quando isto aconteceu, o Menino Jesus olhou para o pinheiro, levantou os braços e sorriu!

Reza a lenda que foi assim que o pinheiro – sempre enfeitado com luzes – foi eleito a árvore típica de Natal.


Fonte: https://mundocultura.com.br/cronicas-e-lendas-de-natal-7-historias-emocionantes/

terça-feira, 4 de agosto de 2020

O Isolamento


- Mestre, como posso enfrentar o isolamento?

- Limpe sua casa. Muito bem. Em todos os cantos. Mesmo aqueles que você nunca teve vontade, coragem e paciência de tocar. Torne sua casa brilhante e cuidada. Remova a poeira, as teias, as impurezas. Até as mais escondidas. Sua casa representa você mesmo: se você cuida dela, você também cuida de si.

- Mestre, mas o tempo está longo. Depois de cuidar de mim através da minha casa, como posso viver o isolamento?

- Conserte o que você pode consertar e elimine o que você não precisa mais.
Dedique-se ao remendo, borda os arranques das suas calças, costura bem as bordas desfiadas dos seus vestidos, restaura um móvel, conserte tudo o que vale a pena reparar.
O restante joga fora, com gratidão e com consciência de que seu ciclo terminou.
Arrumar e eliminar fora de você, permite consertar ou eliminar o que está dentro de você.

- Mestre e depois fazer o quê? O que posso fazer o tempo todo sozinho?

- Semeia. Uma semente em um vaso. Cuide de uma planta, regue-a todos os dias, fale com ela, dê um nome, tire as folhas secas e as ervas daninhas que podem sufocá-la e roubar energia vital preciosa. É uma maneira de cuidar das suas sementes interiores, dos seus desejos, das suas intenções, dos seus ideais.

- Mestre e se o vazio vier me visitar?... Se o medo da doença e da morte chegar?

- Fale com ele. Prepare a mesa para ele também; reserve um lugar para cada um dos seus medos. Convide-os para jantar com você. E pergunte-lhes por que eles chegaram de tão longe até sua casa. Que mensagem querem trazer. O que eles querem te comunicar?

- Mestre, acho que não consigo fazer isso...

- Não é o isolamento o seu problema, mas sim o medo de enfrentar seus dragões interiores. Aqueles que você sempre quis afastar de você. Agora você não pode fugir. Olhe nos olhos deles, ouça-os e descobrirá que foi colocado contra a parede. Você foi isolado para poder falar com você. Como as sementes, que só podem brotar se estiverem sozinhas.

(Autor desconhecido)

A Lenda das Areias



"Um dia precisaremos cruzar o deserto..."

Vindo desde as suas origens em distantes montanhas, após passar por inúmeros acidentes de terreno nas regiões campestres, um rio finalmente alcançou as areias do deserto.

E do mesmo modo como vencera as outras barreiras, o rio tentou atravessar esta de agora, mas se deu conta de que suas águas mal tocavam a areia nela desapareciam.

Estava convicto, no entanto, de que fazia parte de seu destino cruzar aquele deserto, embora não visse como fazê-lo.

Então uma voz misteriosa, saída do próprio deserto arenoso, sussurrou:

- O vento cruza o deserto, o mesmo pode fazer o rio.

O rio objetou estar se arremessando contra as areias, sendo assim absorvido, enquanto o vento podia voar, conseguindo dessa maneira atravessar o deserto.

- Arrojando-se com violência como vem fazendo não conseguirá cruzá-lo. Assim desaparecerá ou se transformará num pântano. Deve permitir que o vento o conduza a seu destino.

- Mas como isso pode acontecer?

- Consentindo em ser absorvido pelo vento.

Tal sugestão não era aceitável para o rio. Afinal de contas, ele nunca fora absorvido até então. Não desejava perder a sua individualidade. Uma vez a tendo perdido, como se poderá saber se a recuperaria mais tarde?

- O vento desempenha essa função - disseram as areias. - eleva a água, a conduz sobre o deserto e depois a deixa cair. Caindo em forma de chuva, a água novamente se converte num rio.

- Como posso saber que isto é verdade?

- Pois assim é, e se não acredita, não se tornará outra coisa senão um pântano, e ainda isto levaria muitos e muitos anos; e um pântano não é certamente a mesma coisa que um rio.

- Mas não posso continuar sendo o mesmo rio que sou agora?

- Você não pode, em caso algum, permanecer assim - retrucou a voz. - Sua parte essencial é transportada e forma um rio novamente. Você é chamado assim ainda hoje por não saber qual a sua parte essencial.

Ao ouvir tais palavras, certos ecos começaram a ressoar nos pensamentos mais profundos do rio. Recordou vagamente um estágio em que ele, ou uma parte dele, não sabia qual, fora transportada nos braços do vento.

Também se lembrou, ou lhe pareceu assim, de que era isso o que devia fazer, conquanto não fosse a coisa mais natural.

E o rio elevou então seus vapores nos acolhedores braços do vento, que suave e facilmente o conduziu para o alto, e para bem longe, deixando-o cair suavemente tão logo tinham alcançado o topo de uma montanha, milhas e milhas mais distante.

E porque tivera suas dúvidas, o rio pode recordar e gravar com mais firmeza em sua mente os detalhes daquela sua experiência. E ponderou: - Sim, agora conheço a minha verdadeira identidade.

O rio estava fazendo seu aprendizado, mas as areias sussurraram:

- Nós temos o conhecimento porque vemos essa operação ocorrer dia após dia, e porque nós, as areias, nos estendemos por todo o caminho que vai desde as margens do rio até a montanha.

E é por isso que se diz que o caminho pelo qual o Rio da Vida tem de seguir em sua travessia está escrito nas Areias.

(Conto sufi do livro "O Buscador da Verdade", de Idries Shah)

Simplesmente Ame


Um jovem foi visitar um sábio conselheiro e contou-lhe sobre as dúvidas que tinha a respeito do AMOR. O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma coisa:

— Ame.

E logo se calou!

Disse o rapaz:

— Mas, ainda tenho as dúvidas…

— Ame, disse-lhe novamente o sábio!

E, diante do desconcerto do jovem, depois de um breve silêncio, disse-lhe o seguinte:

— Meu filho, amar é uma decisão, não um sentimento! Amar é dedicação e entrega; amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor! O amor é um exercício de jardinagem! Arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame, ou seja, aceite, valorize, respeite, dê afeto, ternura, admire e compreenda.
Simplesmente. Ame!!! Sabes por quê?
Porque a inteligência, sem amor, te faz perverso;
A justiça, sem amor, te faz implacável;
A diplomacia, sem amor, te faz hipócrita;
O êxito, sem amor, te faz arrogante;
A riqueza, sem amor, te faz avarento;
A docilidade, sem amor te faz servil;
A pobreza, sem amor, te faz orgulhoso;
A beleza, sem amor, te faz ridículo;
A autoridade, sem amor, te faz tirano;
O trabalho, sem amor, te faz escravo;
A simplicidade, sem amor, te deprecia;
E A VIDA SEM AMOR, NÃO TEM SENTIDO.
Apenas…. Ame ❤

(Conto israelita)

quarta-feira, 29 de julho de 2020

O Deus Mara encontra a Verdade


Certo dia Mara, deus da ignorância e do mal no budismo, viajava pelos vilarejos da Índia com seus assistentes quando encontrou um homem caminhando em meditação cujo rosto, maravilhado, estava resplandecente. O homem parecia haver acabado de descobrir algo no chão diante de si. 

Os assistentes de Mara perguntaram ao deus o que o homem encontrara, e Mara respondeu:

- Uma verdade.
- Isso não vos incomoda, ó deus do mal, quando alguém encontra uma verdade?
- Nem um pouco – respondeu Mara – logo em seguida eles costumam transformá-la numa crença.

(Histórias da Alma, histórias do coração, C. Feldman – J. Kornifield)

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

O Lago e a Paz


Um samurai depois de ter sido derrotado numa importante prova de habilidades, vagou sem rumo com os pensamentos confusos, enfurecido, sem querer aceitar a derrota. 

Parou em um lago que encontrou no seu caminho e lançou violentamente uma pedra contra as suas águas, que se agitaram violentamente. 

O samurai ainda com raiva e ressentido, percebeu algo e refletiu: “Mesmo ofendido e perturbado com a pedra que atirei, em instantes o lago se recompôs, retornando à tranquilidade inicial."

O samurai concluiu que mesmo que lançasse todas as pedras da redondeza, pequenas ou grandes, o lago sempre retornaria à sua natural tranquilidade, como se nunca tivesse sido atingido por nada.

Ao refletir sobre isso o homem evocou "Mizuno Kami" (o Espírito das Águas):

“Espírito das Águas, por que quando meu coração é ferido ficam cicatrizes e este lago, em instantes apaga todos os vestígios da agressão sofrida”?

Respondeu o “Espírito das Águas”:

“O Lago faz com que a pedra se perca na sua grandeza e profundidade, logo, é como ser atingido por nada. O lago conserva consigo o silêncio, e não as queixas. Eis o segredo de sua serenidade”.

O Samurai curvou respeitosamente em gratidão para o lago e declarou ao “Espírito das águas”:

“Hoje aprendi um grande ensinamento com as águas silenciosas de um lago!”