segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Cães Sabem Agradecer

Conta-se que havia um rei muito mau, que mantinha dez cães selvagens, usados para torturar e devorar qualquer um dos seus servidores que porventura cometesse algum erro.

Um dia, um dos seus servos mais próximos disse algo que o rei não gostou de ouvir. Na verdade, o rei já estava querendo se desfazer do servo e o pretexto caiu como uma luva. Imediatamente, o monarca ordenou que jogassem o infeliz aos cães.

Antes de ser levada, a vítima conseguiu dizer: "Eu o servi por dez anos e Vossa Majestade faz isso comigo? Por favor, imploro que me dê apenas dez dias antes de me jogar aos cães!" O rei decidiu satisfazer o pedido. Afinal, dez dias não eram nada e realmente o homem havia sido bastante devotado a ele.

Durante os dez dias seguintes, o servo ofereceu-se à guarda dos cães para lidar com os animais nesse período. E o homem, assim, passou a ser o responsável pela alimentação, limpeza e conforto dos ferozes animais, dedicando-se com amor à sua tarefa.

Ao final dos dez dias, o rei mais uma vez ordenou que o servo fosse jogado aos cães, no que foi obedecido. Entretanto, para surpresa geral, os vorazes animais, ao ver o empregado, puseram-se a lamber os seus pés.

Perplexo, o rei gritou: "O que aconteceu com meus cães?"

E o servo respondeu: "Eu servi a estes cães por dez dias apenas e eles não esqueceram os meus serviços! No entanto, ao meu primeiro erro, Vossa Majestade não levou em conta os meus dez anos de serviço."

Caindo em si, o rei percebeu seu erro e ordenou que o servo fosse salvo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O Zen e a Morte

Numa pequena aldeia ao sul do Japão, vivia um velho sábio. Todas as manhãs ele costumava caminhar até a beira de um pequeno riacho, e contemplava os pequeninos peixes que ali nadavam, alimentava-os com punhados de arroz, conversava com eles... depois se sentava embaixo de uma pequena árvore, e meditava o resto do dia...

Todos os dias, o velho sábio cuidava dos peixes, e já conhecia as aves que viviam por ali, as flores do campo que se abriam, e celebrava a vida com enorme beleza e simplicidade.

Um dia, ele viu escondido atrás de uma pedra, um jovem chorando. Muito delicadamente, sentou-se próximo do rapaz e esperou que ele se acalmasse. Muito triste, o rapaz soluçava, mergulhado em sua profunda dor...

O sábio decidiu ir até o rio e apanhar um pouco de água pura para o jovem beber. O rapaz agradeceu e, ainda com os olhos cheios de dor e lágrimas, bebeu a água, e se acalmou.

Percebendo a melhora do jovem, o velho sentou-se, imóvel, embaixo de uma árvore, como era seu costume, para meditar. 


O rapaz aproximou-se e perguntou:

- Quem é você?

- Sou a vida! - respondeu o sábio.

- Qual o seu nome?

- Nenhum nome e todos os nomes!

- Como posso lhe chamar então?

- Como quiser!

- O que é isso que está fazendo aí embaixo dessa árvore? Dormindo?

- Estou acordando...

Daí, o rapaz decidiu contar seus males ao àquele homem que lhe pareceu tão sereno e seguro de si:

- Estou muito triste... meu irmão morreu hoje. Eu o amava muito... agora estou sozinho...

O homem sábio respondeu:

"A morte nunca existiu. Só a vida existe! Ninguém nunca está sozinho. A solidão não é real."

- Como pode, vi meu irmão morto.. todos choraram por ele ter morrido.. - respondeu o jovem, confuso.

O sábio sentenciou:

"Viram um corpo morto, mas aquele corpo não era seu irmão, aquele corpo era uma aparência que a vida experimentava por um tempo... aquilo que seu irmão é de verdade, você também é, eu e tudo o mais também é...Só a Vida é real. E a Vida é eterna!"

O jovem olhava o sábio sem compreender, mas algo em seu coração se acalmou, e ele sentiu uma imensa vontade de permanecer ali aos pés daquele homem.. e também experimentar aquela serenidade, aquela paz que o sábio sentia...

- Quer dizer que o corpo do meu irmão morreu, mas meu irmão não morreu?

"Sim. Porque também nunca nasceu. O corpo tem um tempo útil, surge no Oceano da Consciência e se dissolve ... mas seu irmão nunca foi o corpo, seu irmão estava vivendo na aparência daquele corpo, seu irmão é a Vida, assim como você...

Você vê este riacho? Você vê esta árvore, estas nuvens no céu, estes peixinhos, aqueles pássaros voando ao longe? Vida, vida acontecendo, vivendo, vida, vida, vida...

Tudo o que existe é a Vida. As formas que ela cria, são infinitas, duram um tempo e se desfazem, mas a Vida, jamais nasceu, jamais morre... só a Vida permanece... e 'você' é Ela..."


Conta-se que o jovem, a partir daquele dia, tornou-se discípulo do velho sábio, transformando-se, mais tarde ele próprio num grande sábio, e peregrinou levando luz e sabedoria por várias regiões do Japão..

Conto Zen (autor desconhecido)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

A Criança Que Mudou o Mundo

Era uma vez um cientista que vivia preocupado com os problemas do mundo e decidido a encontrar meios de melhorá-los. Passava dias e dias no seu laboratório à procura de respostas.

Um dia, o seu filho de sete anos invadiu o seu santuário querendo ajudar o pai a trabalhar. Claro que o cientista não queria ser interrompido e, por isso, tentou que o filho fosse brincar em vez de ficar ali a atrapalhá-lo. Mas, como o menino era persistente, o pai teve de arranjar forma de entretê-lo, ali mesmo no laboratório. Foi então que reparou num mapa do mundo que vinha numa página de uma revista. Lembrou-se de cortar o mapa em vários pedaços e depois apresentou o desafio ao pequenote:

- Filho, vais ajudar-me a consertar o mundo! Aqui está o mundo todo partido. E tu vais arranjá-lo para que ele fique bem outra vez! Quando terminares chamas-me, ok?

O cientista estava convencido que a criança levaria dias a resolver o quebra-cabeças que ele tinha construído. Mas surpreendentemente, poucas horas depois, o filho já chamava por ele:

- Pai, pai, já fiz tudo. Consegui consertar o mundo!

O pai não queria acreditar, achava que era impossível um miúdo daquela idade ter conseguido montar o quebra-cabeças de uma imagem que ele nunca tinha visto antes. Por isso, apenas levantou os olhos dos seus cálculos para ver o trabalho do filho que, pensava ele, não era mais do que um disparate digno de uma criança daquela idade. Porém, quando viu o mapa completamente montado, sem nenhum erro, perguntou ao filho como é que ele tinha conseguido sem nunca ter visto um mapa do mundo anteriormente.

- Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando tiraste o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando me deste o mundo para eu consertar, eu tentei mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os pedaços de papel ao contrário e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que tinha consertado o mundo.


Fonte: http://conto-zen-do-dia.blogspot.com.br/

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A Paz é Agora

Contam os mestres que, certa vez, um guerreiro japonês foi capturado pelos seus inimigos e enclausurado numa masmorra.

Aterrorizado com as imagens do que se seguiria no dia seguinte, o guerreiro não conseguia dormir. Sua mente foi tomada por cenas de interrogatório, tortura e execução.

Foi então que lembrou-se das sábias palavras do seu mestre Zen:

"O 'amanhã' é uma ilusão... o 'amanhã' não é real. A única realidade existente é o 'agora'. O homem sofre por ignorar este ensinamento."

Como um raio de luz, o ensinamento do mestre iluminou sua mente, fazendo-o compreender o sentido amplo daquelas palavras.

O guerreiro ficou em paz e dormiu tranquilamente.

(Conto zen, em homenagem ao Dia Internacional da Paz)

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Mundo de Ganesha

Certa vez, a Mãe Parvati e Eswarama pediram a Vinayaka(*) e ao seu irmão mais novo Subrahmanya para darem a volta ao mundo. Disseram que aquele que vencesse essa corrida ganharia um fruto – Phala – como recompensa. Por esta razão, o lugar onde esse episódio aconteceu se chama Palani e fica no Estado de Tamil Nadu.

Subrahmanya, o irmão mais jovem, imediatamente tomou a sua montaria – um pavão – e voou em torno do mundo. Vinayaka, no entanto, não saiu do lugar. Eswara perguntou:
“Meu querido filho! Porque não começou sua jornada de volta ao mundo?”
Vinayaka sorriu e respondeu:

“Ó Pai! Eu não preciso ir a lugar algum. Tudo está presente aqui. O fruto de toda a minha jornada em torno do mundo está bem diante de mim.”

Assim dizendo, Vinayaka caminhou reverentemente em torno de seus pais, sentando-se calmamente diante deles e declarando-se o vencedor da corrida.

Nesse ínterim, Subrahmanya chegou de sua jornada em torno do mundo, muito cansado. Ele relatou ao seu pai o seu sucesso na conclusão da tarefa. O Senhor Eswara, então, declarou Vinayaka o vencedor da corrida, entregando-lhe a recompensa.

O significado íntimo desta história é que os pais são superiores a tudo no mundo. É suficiente que o filho os reverencie. Esse ato equivale, em termos de merecimento, à visita a todos os lugares sagrados do mundo. Sem pais, não poderia haver filhos de maneira alguma! Para que os filhos sejam virtuosos, os pais precisam criá-los com atenção.

(Sri Sathya Sai Baba, discurso do dia 18/09/2004, traduzido pela Organização Sri Sathya Sai do Brasil)

(*) Vinayaka: um dos nomes de Ganesha

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Uma Visão do Senhor Krishna


Um dia Mejda estava falando com um colega de aula. Ele sempre estava tentando despertar nos outros o mesmo entusiasmo que sentia por Deus.

Seu amigo estava claramente interessado, mas cético. Mejda estava afirmando que Deus poderia aparecer a qualquer um que fosse suficientemente sincero e persistente.

O amigo queria participar da fé de Mejda e, assim, concordou em parte com ele: “Bom, talvez em um futuro distante – ou na próxima encarnação –, eu tenha a capacidade de entender a verdade da qual você fala”.

“Por que falar do futuro? Por que não O achar agora?”, Mejda insistiu. “Se um devoto pede de todo o coração: ‘Senhor Deus, o Senhor precisa vir a mim’, Ele por certo aparecerá.

Quando a prece do devoto irradia um desejo sincero do seu coração até cada átomo do universo, onde poderá Deus se esconder? Ele terá de Se revelar.”

A fé de Mejda era contagiosa. Ele viu suas fagulhas acendendo uma chama na mente de seu amigo também. E assim continuou: “Se nesta mesma noite nós tentarmos sinceramente ver Deus como o Senhor Krishna, Ele aparecerá nessa forma”.

A perspectiva de ver Krishna naquela mesma noite, para o colega de Mejda, subitamente parecia não somente possível, mas emocionantemente provável. Os dois combinaram de se encontrar na casa de Mejda naquela noite. Eles meditariam até que Krishna aparecesse.

As sombras da noite que se aproximava cobriam a terra quando os dois amigos decididos entraram no quarto de meditação de Mejda.

Eles trancaram a porta por dentro, sentaram-se em posição de lótus sobre kusha de chão para asanas (pequenos tapetes para meditar) e, com entusiasmo divino, começaram a cantar, rezar e meditar.

Os rapazes que meditavam foram envolvidos por uma paz transcendental.

A face de Mejda irradiava um brilho intenso enquanto ele cantava hinos e preces para o Senhor Krishna.

Nos momentos de quietude, esses ardentes devotos praticavam meditação com pranayama.Seus corpos e mentes ficaram imóveis enquanto, paciente e persistentemente, eles ofereciam preces interiores ao Bhagavan.

Pelo seu fervor, o quarto escuro se tornou divinamente iluminado; a alegria impregnava a expectativa deles. Enquanto o resto da cidade dormia, os jovens continuavam despertos pelo desejo espiritual.

Por toda a noite, os dois ansiosos corações fundiram-se em um só, em íntimos cantos e orações de amor ao Senhor.

Mas, quando a manhã chegou, o companheiro de Mejda começou a sentir cansaço e dúvida: “Mukunda, talvez nós tenhamos nos enganado. Deus não vem com tanta facilidade”.

“Não devemos desistir. Concentre-se mais profundamente. Ele responderá ao clamor das nossas almas”, disse Mejda.

Depois de mais um período de esforços renovados, seu amigo suspirou com desânimo: 

“Não há esperança, Mukunda. Está quase amanhecendo. Vamos ver se dormimos um pouco”.

“Vai você se quiser; eu não vou desistir”, respondeu Mejda com firmeza. “Mesmo que morra sentado aqui, não vou me mexer até que Deus venha.”

De repente, Mejda engoliu a respiração. Seu corpo ficou rígido sob o êxtase da visão. Sua face brilhou com um sorriso de encantadora doçura. Ele bradou: “Eu O vejo! Eu vejo Krishna!”

Para o amigo de Mejda, faltava visão espiritual, bem como determinação. “Onde está Ele, Mukunda? Não consigo vê-Lo.”

Mejda estendeu a mão e a colocou sobre o coração do seu cético amigo. O toque magnético de Mejda transferiu a visão beatífica. “Oh! Eu vejo Krishna. Eu agora O vejo, Mukunda!”

Lágrimas rolaram dos olhos deles. Com humildade, os dois garotos se inclinaram diante do Bhagavan.

“Amado Krishna”, Mejda suplicou, “a humanidade sofredora não mais ouve a doce melodia de sua flauta, tocada nas margens do rio Jamuna. Sua melodia encantadora, de amor divino, envolvia a todos: pássaros, animais e humanos. Por favor, toque sua música celestial nos corações dos seres humanos mais uma vez, para que eles possam ver a luz da salvação. Abençoe minha sadhana! Aceite minha devoção! Eu vos reverencio!”

Bhagavan Krishna sorriu e ergueu as mãos em bênção; em seguida desapareceu nos raios do sol nascente.

(Esta história foi contada por Sri Sananda Lal Ghosh, irmão mais novo de Paramahansa Yogananda, que o chamava de Mejda quando ele ainda era uma criança. Trecho do livro Mejda, da Self Realization Fellowship)

sexta-feira, 3 de junho de 2016

O Barco Vazio

Quando eu era jovem, adorava andar de barco. Eu tinha um barquinho e remava sozinho num lago. Eu ficava ali durante horas. 

Uma vez, eu estava no meu barco, de olhos fechados, meditando, numa noite esplêndida. Então outro barco veio flutuando, trazido pela corrente, e bateu no meu.

Meus olhos estavam fechados, então eu pensei: alguém bateu o barco no meu. Enchi-me de raiva. Abri os olhos e estava a ponto de vociferar algo para o homem, quando percebi que o barco estava vazio!

Então não havia onde descarregar a minha raiva. Em quem eu iria extravasá-la? O barco estava vazio, à deriva no lago e tinha colidido com o meu. Então não havia nada a fazer. Não havia possibilidade de projetar a raiva num barco vazio.

Eu fechei os olhos. A raiva estava ali. Mas não sabia como extravasar. Eu fechei os olhos simplesmente e flutuei de volta com a raiva. E esse barco vazio tornou-se a minha descoberta.

Eu atingi um ponto dentro de mim naquela noite silenciosa. Esse barco vazio foi meu mestre. E, se agora alguém vem me insultar, eu rio e digo: esse barco também está vazio.

Fecho os olhos e mergulho dentro de mim.


(Osho e o barco, de Chuang Tzu)

terça-feira, 19 de abril de 2016

O Corvo e o Jarro

Um corvo, que estava sucumbindo de sede, viu lá do alto um jarro, e na esperança de achar água dentro, voou até ele com muita alegria.

Quando lá chegou descobriu, para sua tristeza, que o jarro continha tão pouca água em seu interior, que era impossível alcançá-la com seu curto bico.

Ainda assim, ele tentou de tudo para beber a água que estava dentro do jarro, mas com um bico tão curto, todo seu esforço foi em vão.

Por último, ele pegou tantas pedras quanto podia carregar, e uma a uma, colocou-as dentro da jarra.
Ao fazer isso, logo o nível da água ficou ao alcance do seu bico, e desse modo ele salvou sua vida.

(Fábula de Esopo)

Diga "Eu Posso"

Veja por si mesmo, meu rapaz
Você tem tudo que os grandes homens tiveram
Dois braços, duas mãos, duas pernas, dois olhos,
E um cérebro para usar, se você for esperto.
Com esse equipamento todos eles começaram.
Então comece do início e diga "Eu Posso".

Se a princípio não conseguir
Tente, tente novamente,

Pois o sucesso é uma semente
Que cresce a cada esforço.

(W.E. Hickson) 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

O Falcão Que Não Queria Voar

Ao ser presenteado com dois jovens falcões, o rei imediatamente contratou um mestre em falcões para treiná-los. 

Depois de alguns meses, o instrutor disse ao rei que um dos falcões foi educado e estava pronto, mas não sabia o que estava acontecendo com o outro, que se mantinha no mesmo galho desde que chegou ao jardim do palácio, não saindo de lá nem para comer; o instrutor precisava levar comida para ele diariamente.

Ao ouvir isto, o rei decidiu chamar diversos curandeiros e especialistas em aves. No entanto, nenhum pôde fazer o pássaro voar. 

Foi emitido então um decreto real, proclamando uma recompensa para aquele que fizesse o falcão voar.

Na manhã seguinte, o rei viu, com assombro, o pássaro voando em seus jardins.

– Traga o autor deste milagre! - Ordenou o rei. 

Apareceu diante dele um simples camponês. O rei perguntou:

– Como você conseguiu fazer o falcão voar? Você é um mago?

– Não foi muito difícil, majestade – disse sorrindo o homem. – Eu só cortei o galho onde ele estava. Assim, o falcão não teve nenhuma outra alternativa senão levantar vôo.

Esta fábula ensina-nos que, embora às vezes seja necessário permanecermos quietos, para repensar, avaliar ou amadurecer uma situação, se permanecermos por um longo tempo parados, nunca saberemos o quão longe poderíamos chegar.

Portanto, precisamos expandir cada vez mais nossa zona de conforto. Nós só crescemos fora da zona de conforto.