Num certo orfanato, igual a tantos outros, vivia uma pobre
órfã de apenas oito anos de idade. Por ser uma criança sem muitos encantos, era hostilizada pelas outras e até pelos professores, o que tornava-a cada vez mais triste e isolada, sem ninguém para brincar com ela, ninguém para conversar, sem carinho e sem afeto.
O diretor do orfanato, que procurava uma oportunidade para livrar-se dela, achou que havia encontrado o momento quando a companheira de quarto da menina informou-o de que a criança estava mantendo
correspondência com alguém de fora do orfanato, violando, assim, uma das normas da instituição.
- Agora mesmo - disse a informante -, ela escondeu um papel
numa árvore.
O diretor e seu assistente decidiram tirar a situação a limpo na mesma hora, correndo ao local da árvore. De fato, lá estava um papel delicadamente colocado entre
os ramos. Ansiosamente, o diretor desdobrou o papel, esperando
encontrar ali a prova de que necessitava para livrar-se daquela criança tão
desagradável aos seus olhos.
No entanto, para sua surpresa e remorso, encontrou a seguinte mensagem no pedacinho de
papel um tanto amassado:
"A qualquer pessoa que encontrar este papel: eu
gosto de você!"
Os dois homens, com uma dor na consciência, perceberam, naquele momento, que a menina da qual queriam se livrar possuía uma bondade tão grande na alma, a ponto de externar sentimentos positivos mesmo numa situação de total isolamento e solidão! Isto fez com que percebessem o quanto eles próprios eram cruéis e insensíveis.
Assim fazemos todos os dias, sem nem percebermos! Julgando as pessoas pelas
aparências, mesmo sabendo como são enganadoras.
Uma antiga e sábia oração dos índios Siuox roga a Deus o
auxílio para nunca julgar o próximo antes de ter andado sete dias com as suas
sandálias. Isto significa que, antes de criticar, julgar e condenar
uma pessoa, devemos nos colocar no seu lugar e entender os seus sentimentos
mais profundos.
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